É uma neoplasia maligna (tumor maligno) que se desenvolve a partir da proliferação anormal das células da mama que compõem os ductos e os lóbulos.
É o tipo de câncer mais comum entre as mulheres em todo o mundo. No Brasil, segundo dados do INCA (Instituto Nacional do Câncer), depois do câncer de pele não melanoma, o câncer de mama é o mais frequente, representando cerca de 29,7% de todos cânceres diagnosticados em mulheres a cada ano. O câncer de mama também pode acometer homens, porém é raro, representando apenas 1% do total de casos da doença.
Para o Brasil, estimam-se 66.280 casos novos de câncer de mama, para cada ano do triênio 2020-2022 (vide tabela abaixo). Esse valor corresponde a de 61,61 casos novos por ano, a cada 100 mil mulheres. Sem considerar os tumores de pele não melanoma, o câncer de mama feminina ocupa a primeira posição mais frequente em todas as Regiões brasileiras, com um risco estimado de 81,06 casos novos por 100 mil mulheres na Região Sudeste; de 71,16 por 100 mil na Região Sul; de 45,24 por 100 mil na Região Centro-Oeste; de 44,29 por 100 mil na Região Nordeste; e de 21,34 por 100 mil na Região Norte.
Incidência estimada de casos de câncer no Brasil em 2020 – INCA
Ele é incomum antes dos 35 anos, porém acima desta idade o seu aparecimento cresce progressivamente, especialmente após os 50 anos, com idade média ao diagnóstico aos 60 anos. A probabilidade de uma mulher desenvolver câncer de mama ao longo de toda a sua vida é relativamente alta, girando em torno de 12,5%. Portanto, ao receber um diagnóstico de câncer de mama nunca deve ser feita a pergunta: “Por que comigo, o que fiz de errado?” A doença é muito prevalente e acometerá mulheres sem quaisquer fatores de risco.
Estatísticas indicam aumento da sua incidência tanto nos países desenvolvidos quanto nos em desenvolvimento. A região sul do Brasil apresenta altas taxas de incidência de câncer de mama. No Rio Grande do Sul a previsão para 2020 é de aproximadamente 70 casos de câncer de mama diagnosticados a cada 100.000 mulheres. Isso significa que aproximadamente uma em cada 8 gaúchas terá um tumor nas mamas até os 90 anos!
A incidência em nosso estado equipara-se a alta incidência de países europeus e norte-americanos. Os motivos para essa elevada incidência não são totalmente esclarecidos e podem ser um conjunto de fatores, como o estilo de vida ocidental e o aumento na expectativa de vida das mulheres.
A boa notícia é, que em nosso estado, assim como nos países europeus e norte-americanos, há uma tendência de diminuição da mortalidade nos últimos anos. Isso se deve aos diagnósticos precoces e aos avanços nos tratamentos. A doença diagnosticada em estágios iniciais apresenta chance de cura que pode ultrapassar 95%.
Sempre falo para minhas pacientes que diante de qualquer doença, temos a oportunidade de repensar nossa vida, de rever hábitos e de buscar atitudes saudáveis. Não é diferente com o diagnóstico de câncer de mama. Ele não deve ser visto como algo destrutivo e avassalador! Ele deve ser encarado como uma oportunidade de evolução pessoal, de redescoberta, de união e de resgate da vida. Com a ajuda de profissionais comprometidos pode-se ver o câncer com outros olhos, com menos fantasias e medos, passando-se por todo o processo de diagnóstico e de tratamento de forma mais leve, e sentindo-se, ao final dele, vitoriosa e fortalecida.