O câncer de mama pode ser classificado de acordo com suas características morfológicas. A imensa maioria dos cânceres de mama são representados pelos carcinomas, ou seja, tumores malignos que se desenvolvem a partir das células glandulares – dos ductos ou lóbulos – mamários.
Carcinoma Ductal Invasor ou Carcinoma Invasor Sem Outras Especificações:
Este é o tipo mais comum de câncer de mama, perfazendo quase 80% dos casos. Nesses tumores as células malignas em proliferação se originam da parede dos ductos mamários.
Carcinoma Lobular Invasor:
Corresponde a aproximadamente 10% dos casos, sendo o segundo tipo mais comum de câncer de mama. Provém das células dos lóbulos mamários e está associado a multicentralidade (mais de um tumor na mesma mama) e bilateralidade mais frequentemente que o carcinoma do tipo não especial.
Carcinomas Especiais:
Carcinoma tubular, medular, mucinoso, apócrino, metaplásico, secretor, micropapilar, entre outros. Correspondem juntos a 10% dos casos. Alguns dos tipos histológicos especiais se associam a prognóstico mais favorável, como os carcinomas dos tipos tubular, cribriforme, mucinoso, medular, adenóide-cístico e secretor.
Carcinoma Inflamatório:
É definido como um carcinoma de mama com apresentação clínica peculiar (mais de um terço da pele com vermelhidão, inchaço, calor e peau d’orange – pele semelhante a casca de laranja), devido à importante obstrução linfática causada pela disseminação das células neoplásicas na mama.
Os tumores relatados acima são do tipo invasor, ou seja, as células ultrapassam a membrana basal e, portanto, têm potencial para gerar metástase. Metástase é a disseminação do tumor para outro órgão.
A membrana basal é a parte que divide o tecido epitelial da mama (ductos e lóbulos) do tecido de sustentação da mama, formado por tecido conjuntivo, adiposo e vasos sanguíneo e linfáticos. Caso o tumor não tenha ultrapassado esta barreira chamamos de doença in situ. Como na camada de tecido epitelial não há vasos sanguíneos e linfáticos não há chance de metástase.
A probabilidade de formar metástases dos carcinomas invasores depende de diversos fatores. Para maiores informações acesse o link fatores prognósticos.
Carcinoma Ductal In Situ (CDIS):
Também chamado de intraductal, caracteriza-se pela substituição das células ductais epiteliais normais por células neoplásicas que se expandem dentro dos ductos sem invadir a membrana basal. Dessa forma, não têm a capacidade de provocar metástases, não necessitando de tratamento quimioterápico. É considerado uma lesão precursora do carcinoma invasor, aumentando o seu risco em 10 vezes. Geralmente se manifesta na mamografia pela presença de microcalcificações pleomórficas, agrupadas e com trajeto dos ductos. O tratamento depende da extensão da doença dentro da mama, podendo ser a retirada de toda a glândula mamária (mastectomia) ou apenas do setor comprometido associado à radioterapia. Caso o tumor apresente receptores hormonais é indicado o uso de medicações anti-hormonais (hormonioterapia) para evitar o risco de recorrência, que em 50% dos casos pode ocorrer na forma de carcinoma invasor.