Pacientes com câncer têm a imunidade comprometida, o que os torna mais suscetíveis a infecções.
Algumas considerações são importantes sobre a vacinação:
- A imunidade comprometida torna menos efetiva a vacina, pela diminuída produção de anticorpos.
- Os vírus vivos atenuados se comportam como virulentos no hospedeiro imunocomprometido.
Dessa forma algumas recomendações são feitas:
- Idealmente, todas as vacinas devem ser recomendadas antes de iniciar a quimioterapia e a radioterapia.
- Preferencialmente, as vacinas devem ser aplicadas 14 dias antes de iniciar a quimioterapia. Idealmente, as vacinas com vírus vivo atenuado devem ser aplicadas 30 dias antes do início da quimioterapia.
- Caso não for possível realizar antes do tratamento, algumas vacinas podem ser aplicadas mesmo durante a quimioterapia. Porém, a vacinação deve ocorrer fora do período máximo de imunossupressão, objetivando uma melhor resposta e duração da proteção.
- Durante a quimioterapia não deverão ser aplicadas vacinas de vírus vivos atenuados, sob o risco de gerar doença pela vacina. São elas:
- Tríplice viral (sarampo, caxumba e rubéola), Tetra viral (sarampo, caxumba, rubéola e varicela), Varicela, Zoster e Febre amarela;
- Dependendo das condições epidemiológicas, vacinas com vírus inativados são uma opção segura durante quimioterapia ou radioterapia. São elas:
- Tétano, Difteria e Pertussis; Influenza; Pneumocócica, Meningocócica.
Vacinas Inativadas
Tétano, difteria e pertussis:
Considerar reforço de vacina para tétano e difteria em pacientes oncológicos.
Pacientes que nunca tiverem sido vacinados com pertussis deverão receber DTPa (a vacina com os toxoides difteria e tétano e componente acelular pertussis).
Influenza:
Deve ser dada anualmente aos pacientes oncológicos. A imunização dos membros da família também é recomendada.
Pneumocócica:
As vacinas Pneumo 13 e 23 estão recomendadas para os pacientes oncológicos antes do início da quimioterapia, em vista da grande morbimortalidade da infecção pulmonar nesse grupo de indivíduos.
O problema da aplicação das vacinas com vírus inativados não é o risco de infecção e sim, porque elas podem não gerar resposta imune adequada em paciente imunodeprimidos. Assim sendo, em muitos casos, doses necessitarão ser repetidas após finalizado o tratamento, a fim de assegurar a resposta adequada a longo prazo.
- A vacinação de pessoas que convivem com os pacientes (conviventes) pode ser uma alternativa importante para evitar doenças passíveis de prevenção.
- Após três meses do final da condição de imunodepressão, as vacinas vivas virais e bacterianas já poderão ser realizadas.