Mastologia Especializada

A mastite corresponde ao processo inflamatório da mama, que na maioria das vezes, é causado por agentes infecciosos (bactérias). Ocorre, mais frequentemente no período da amamentação, em especial da segunda à quinta semana do puerpério. A principal porta de entrada são as fissuras nos mamilos que possibilitam que bactérias da pele ou da nasofaringe do bebê entrem na mama. Os fatores predisponentes da mastite puerperal são: ingurgitamento mamário, fissura mamilar, infecções da nasofaringe do lactente, anormalidade no mamilo, primeira gestação, má higiene e escabiose (sarna). Os sintomas relacionam-se ao processo inflamatório e incluem vermelhidão, dor, calor local, tumoração, acompanhados ou não de febre, mal-estar e calafrios.

O tratamento consiste no uso de antibióticos e anti-inflamatórios -analgésicos/antitérmicos. A amamentação deve ser mantida e deve ser evitado o ingurgitamento mamário com ordenha manual delicada das mamas. O uso de sutiãs para sustentação adequada das mamas também é indicado. A realização de calor local (compressas quentes) é desencorajada pelo fato da paciente perder a sensibilidade na região, o que pode ocasionar queimaduras.

Geralmente iniciam-se antibióticos por via oral, porém se houver piora clínica, a paciente deve ser prontamente reavaliada. Em alguns casos, pode haver o desenvolvimento de abscessos, que consistem em coleções de pus intramamárias. Nesses casos, para que o antibiótico faça efeito, deve ser realizada a drenagem da secreção. O diagnóstico de abscesso na maioria das vezes é clínico, observando-se área de flutuação (com líquido dentro) onde a pele fica mais brilhante e descamativa. Em alguns casos, especialmente naqueles em que os abscessos estão localizados profundamente na mama, a ultrassonografia pode ser útil na avaliação e quantificação da extensão da coleção de pus. 

A drenagem do abscesso geralmente é realizada com anestesia geral, para que se possa realizar uma boa exploração da área com pus. Realiza-se incisão na área de flutuação e ao final do procedimento deixa-se um dreno, em especial nos abscessos volumosos.